O QUE É O CÂNCER DE TESTÍCULO
As diversas manifestações desse câncer se dividem em dois grandes grupos: os tumores não seminomatosos e os tumores seminomatosos. Os tumores não seminomatosos correspondem a 60% dos casos, e tendem a aparecer antes dos 30 anos de idade. Esse grupo possui subdivisões: coriocarcinomas, carcinomas embrionários, tumores de saco vitelínico, teratomas maduros e teratomas imaturos. O teratoma maduro é classificado como tumor benigno, pois não desenvolve metástases, embora possa apresentar crescimento local. No entanto, os demais subtipos são malignos. Os subtipos de tumores não seminomatosos podem expressar proteínas específicas, que caem na circulação sanguínea. Essas proteínas podem ser úteis tanto para o diagnóstico quanto para o prognóstico e acompanhamento.
Os restantes 40% dos tumores nos testículos são os seminomatosos, que costumam aparecer em idade um pouco mais avançada, a partir dos 30 anos. De modo geral, apresentam um melhor prognóstico, mesmo quando em estágios mais avançados.
Os testículos se encontram na bolsa escrotal, “fora do corpo”. Essa localização não é sem razão. Sua função é produzir o hormônio testosterona, responsável pelas características masculinas e pelas suas funções sexuais. Além disso, os testículos produzem os espermatozoides, que são posteriormente armazenados nos epidídimos, estruturas vizinhas. A temperatura média corporal pode pôr em risco a vida dos espermatozoides e, por isso, eles ficam separados do corpo, de modo a manter sua temperatura mais baixa.
A velocidade de crescimento desse tipo de câncer costuma ser muito rápida, podendo, em casos mais avançados, ser detectadas metástases já no momento do diagnóstico. As metástases podem ocorrer em: linfonodos em região abdominal e do tórax, pulmões, ossos, fígado e cérebro.
EPIDEMIOLOGIA
Essa doença costuma afetar homens em idade produtiva – entre 15 e 50 anos -, e tem se tornado cada vez mais comum. Atualmente, corresponde a 5% de todos os tumores malignos masculinos. Pode ser confundido com orquiepididimites (inflamação nos testículos e nos epidídimos). Há ainda casos em que essa doença pode esconder o câncer.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
A maioria dos casos de câncer de testículo surgem sem causa definida, mas alguns fatores de risco tornam o homem mais propenso a desenvolvê-lo:
• histórico de câncer no testículo contralateral;
• infertilidade;
• histórico familiar desse tumor;
• criptorquidia;
• exposição ocupacional a agrotóxicos.
SINTOMAS
O sintoma mais comum é o surgimento de um nódulo duro, indolor, na maioria das vezes, com o tamanho aproximado de uma ervilha. No entanto, é importante não negligenciar outras alterações, como endurecimento do testículo, aumento ou diminuição de seu tamanho, dor imprecisa no baixo abdômen, hematúria (sangue na urina) e aumento ou sensibilidade dos mamilos.
DIAGNÓSTICO
Seu diagnóstico é fácil e simples, embora se trate de uma doença agressiva, de rápida ação e evolução. Além do exame clínico, o médico pode utilizar-se da ultrassonografia da bolsa escrotal e da dosagem de marcadores tumorais no sangue. Sua detecção precoce é sempre uma grande aliada no tratamento.
TRATAMENTOS
O tratamento inicial é sempre cirúrgico. Em casos de nódulos pequenos, pode-se optar por fazer a biópsia (retirar um fragmento de tecido para análise microscópica. O resultado desse exame sai durante a cirurgia. Em caso positivo para câncer, o mais comum é a retirada parcial ou total do testículo. Aliás, contanto que o outro testículo ainda seja saudável, a função sexual e reprodutiva não é comprometida. O acompanhamento com o urologista é essencial para a detecção e tratamento do câncer de testículo.